Cultura Organizacional
- Lica Marques
- Feb 29, 2020
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Cultura Organizacional é o sistema de valores compartilhados e crenças que influenciam no comportamento dos trabalhadores. Toda cultura possui uma lógica própria, que deve ser compreendida a partir dela mesma. A cultura de uma organização pode ser retratada pela forma de como as coisas são feitas, expressando uma identidade. Conforme aborda Srour (1998), a cultura organizacional pode ser observada desde o momento em que entramos na organização, pelo seu cheiro, sua arquitetura interna, seus móveis, seus quadros, suas cores, os movimentos do pessoal e os equipamentos apresentam o que as palavras ditam. Curiosamente os funcionários, mesmo que com características diferentes, assemelham-se nos ritmos e gestos.
Simões (1995, pp. 165-166) descreve a influência exercida pelo público interno para o pleno desenvolvimento das organizações:
Tudo o que o público interno faz e diz constituem mensagens com algum tipo de informação ou redundâncias para os outros públicos. As informações estão na atuação, nos gestos, nas palavras, no vestuário, na maneira de atender, etc. Se elas são de natureza positiva, esclarecedoras, simpáticas, e se ainda vão ao encontro das expectativas das pessoas constitutivas dos outros públicos, geram a boa vontade das mesmas para com a organização. Caso contrário, se a ação do público interno conota negativamente, sucedem frustrações, indicativos certos para problemas posteriores.
Nota-se que a cultura organizacional possui influência direta no dia-a-dia da organização, além de atuar na relação entre seus públicos. Algumas organizações possuem uma cultura corporativa participativa, enquanto outras possuem uma cultura mais autoritária. Em relação a cultura participativa Lindeborg (1994) afirma que “tal cultura se caracteriza por ser descentralizada onde o poder e a tomada de decisão são compartilhados. (...) Além disso, este tipo de cultura privilegia as idéias e inovações que surgem no ambiente.”
A partir do tipo de cultura característica da organização, os funcionários adquirem ou não credibilidade, facilitam ou não a cooperação com a mesma, além de se comprometerem ou não com os valores organizacionais. Cerqueira (1999, p.4), descreve:
É irreversível o avanço da conscientização do Homem, em termos de necessidade dele viver em um ambiente em que possa ser valorizado como pessoa, através de mais reconhecimento, mais participação, mais transparência das atitudes gerenciais que lhe atingem, onde seja eliminada a mentira e prepotência de seus administradores.
Os funcionários devem sentir-se parte da organização em que trabalham, contribuindo para o seu crescimento. No caso das Instituições de Ensino Superior, caracterizadas por uma administração hierarquizada e burocrática poderá haver dificuldades em adquirir esta relação de comprometimento.
Srour (1998, p.325), destaca que “ tenderão a desaparecer as organizações que sufocam a autonomia individual e a criatividade, as organizações que operam como casernas ou como grades burocracias verticais”.
Essa percepção de Srour (1998) relata os resultados negativos de uma cultura organizacional hierarquizada e fechada às novas tendências empresariais.
Becker (2003, p.48) descreve:
O novo cenário de globalização e a competição de mercado exigem mudanças nas organizações, principalmente no processo de troca de informação, nas relações de trabalho, nos fluxos e processos produtivos, ou seja, na cultura da organização, com toda a complexidade que isso envolve.
Constata-se, diante das idéias abordadas por Srour (1998) e Becker (2003) que as organizações precisam rever a sua cultura, para que isso não influencie em sua legitimação perante seus públicos de interesse, o que pode acarretar problemas futuros em relação ao seu crescimento e imagem organizacional.
Referências:
BECKER, Sandra Beatriz Mino. Comunicar é preciso: um estudo de caso sobre a pró-reitoria de extensão universitária da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. 2003. 164f. Dissertação (Mestrado em Comunicação Social) – Faculdade de Comunicação Social, PUCRS, Porto Alegre, 2003
CERQUEIRA. Endomarketing. 1999.
LINDEBORG, Richard A. A comunicação excelente. 1994
SIMÕES, Roberto Porto. Relações públicas: função política. 3.ed. São Paulo: Summus, 1995.
SROUR, Robert Henry. Poder cultura e ética nas organizações. Rio de Janeiro: Camous, 1998.

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