Os processos de mudança
- Lica Marques
- Feb 29, 2020
- 3 min read
Processos de Mudanças
As organizações atuam em um ambiente altamente competitivo, no qual somente as melhores conseguem sobreviver, e o que é ser a melhor? Atualmente para destacar-se no mercado a organização deve possuir uma visão de seu todo, que compreende seu público interno, público externo, seus stakeholders e o mercado no qual atuam, devem estar sempre com um passo à frente de seus competidores. Um ponto importante a ser destacado é que as organizações devem estar aptas a mudarem, atuando, como diz o ditado, “conforme a maré” e para isso, na maioria das vezes, devem passar por um processo de mudança, o qual envolve, consequentemente, inúmeros fatores que, dependendo de como forem administrados, poderão ser positivos ou negativos.
Conforme abordado por Motta, ao iniciar um processo de mudança, as organizações precisam possuir uma intenção estratégica, reação e aprendizado contínuo. A intenção estratégica, Motta conceitua como sendo a transformação das organizações através da deliberação racional de interferir na realidade. Reação dá-se no momento em que se enfrenta a mudança a partir de problemas concretos ou situações reais desfavoráveis. Aprendizado contínuo possui um enfoque mais exploratório, considerando fatores externo e internos. Senge (apud Motta) afirma que o aprendizado é a essência do processo de mudança, e que mudar é confrontar a organização com as novas perspectivas, iniciativas e modelos mentais (paradigmas); usar o pensamento sistêmico e desenvolver o aprendizado colaborativo entre pessoas de capacidade equivalentes.
A partir dessas afirmações, podemos constatar que Mudar é algo que deve ser trabalhado detalhadamente, de forma estratégica e com um constante aprendizado dos fatos, aprendizado este que deve envolver todos os públicos da organização para que se possa obter êxito. Collins observa, a partir da realização de uma pesquisa com mais de 1,4 mil empresas, que para obter êxito em seus processos de mudança elas devem agir como “ouriços” e não como “raposas”. O autor faz uma analogia em relação a “raposa” e “ouriço” com as organizações em processos de mudança, descrevendo que a raposa é astuta, capaz de engendrar estratégias complexas para atacar o ouriço, que é um animalzinho inofensivo, alimenta-se de plantas e se limita a cuidar de sua toca. Contudo, quando a raposa o ataca, instintivamente se enrola sobre si mesmo, transformando-se numa bola de espinhos. As organizações agem como “raposas” em um processo de mudança quando administram suas ações de forma impulsiva e espontânea, faltando, na maioria das vezes clareza e simplicidade, frustrando-se com os resultados obtidos, já as que agem como “ouriços” são mais simplistas e organizadas, sabendo agir no momento certo, efetivando seus objetivos.
As Mudanças organizacionais são de fundamental importância para que as organizações possam sobreviver em meio ao crescente modernismo, inserção de novas tecnologias e a competitividade cada vez mais acirrada das organizações, onde os clientes estão cada vez mais exigentes. Aprender a organizar seu processo de mudança exige paciência e tempo. Os executivos das organizações que
comandam um processo de mudança devem possuir uma visão global de todo o sistema, e atuarem de forma natural e objetiva. Ser a melhor no mercado de seu segmento, seja ele produto ou serviço, não significa atuar como “raposas”, rápidas, impulsiva, mas sim como “ouriços”, possuindo uma visão do todo e que ao ataque das “raposas” se defende lançando seus espinhos.
Referências:
COLLINS, Jim. De boa a grandiosa. HSM Management.31 de março-abril, 2002.
MOTTA. Planejando a mudança: processo e velocidade.

Comentarios